Um cérebro passou a funcionar 50 minutos após ser retirado corpo, mesmo que decretado após a “morte”. Essa “sobrevivência cerebral” é apontada como chance para avanços nas pesquisas. Testes preliminares foram feitos com porcos cujas experiências científicas mostram que têm semelhanças com os humanos.
Pesquisadores da Universidade Sun Yat-Sen, na China, são os responsáveis por esse feito, que marca a experiência bem-sucedida mesmo após a interrupção da circulação sanguínea no organismo dos animais.
A ideia do estudo, publicado na revista EMBO Molecular Medicine, foi investigar o papel do fígado. O órgão é responsável por purificar o sangue e recuperar o cérebro após episódios de isquemia resultantes de paradas cardíacas.
Resultados excelentes
Os resultados da pesquisa mostraram que o fígado pode ser essencial na reparação de danos cerebrais provocados por ataques cardíacos, por exemplo.
Porcos idosos, já prontos para serem sacrificados, tiveram seus cérebros e fígados removidos e conectados a um coração e pulmões artificiais por uma equipe de estudo alemã, de Cleveland e chinesa.
Os pesquisadores chamaram a experiência de “tecnologia de manutenção cerebral ex-vivo”. Nele, se o coração de uma pessoa falha, seu cérebro é mantido vivo por meio artificiais por tempo suficiente para que um transplante de coração ocorra.
Eles descobriram que a conexão do fígado ao coração artificial melhorou muito a condição do cérebro após a ressuscitação, aumentou a atividade no córtex e aumentou as taxas de sobrevivência nos neurônios.
O que se sabe
Em geral, o cérebro pode sobreviver em um estado isquêmico de 5 a 8 minutos.
Em caso de parada cardíaca, quando o sangue não está chegando ao cérebro, os primeiros socorristas têm poucos minutos para agir porque o cérebro é muito dependente de sangue oxigenado.
Os neurônios podem morrer sem ele no tempo que leva para uma ambulância chegar.